segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Passado, presente

Em dias como este, a melancolia apodera-se do meu corpo, os meus olhos já não sabem disfarçar sonhos acordados com o passado, eles são janelas secretas que te posso revelar.
Perco-me pelas ruas mais vividas noutros tempos, que são agora um mero artificio de memória, já te vejo fácil e de deitar fora.
A globalização transforma uma cidade de traço forte, numa roupa da moda, serás outra que agora vivo, uma menos leal ou real?
Aquela que se via viver das fachadas é fachada banal da cidade turística europeia.
Tem mares de gentes, bares de vozes, estátuas humanas e postais ilustrados para esses com dinheiro e turistas de calções e varizes à vista.
Alucinações de marketing, publicidade enganosa e falsos sentimentos de conforto.
Ou serei eu o português tipo?
Inconformado, saudosista, o dos heterónimos, aquele que se gostaria de conhecer através dos outros, ou reconhecer o que sabe de si noutro.
Aquele ser capaz de um pessimismo extremo e de um exacerbado optimismo. Pode ser, posso ser esse…
Sou múltiplo, não me consigo definir como um só, mas, como uma variedade de personagens, quem não se definiu mas sabe o que é.
Esquizofrénico, bipolar? Simplesmente complexo, completo, não tenho uma alma monocórdica, tenho opinião.
Sou racional e naturalista, futurista e velho do Restelo.
Depende para que lado acordo. Complicado? O que separa o amor do ódio? Empenho?
O pior que me podem fazer é oferecer-me aquele livrinho tão bom de auto-ajuda que só me fará sentir a vítima das circunstâncias.
E a realidade pode ser outra… porque hoje acordei para aquele lado e este é o Porto que eu gosto.
É fácil identificar o seu carácter e a sua gente, é isto a sua história real, não a esplanada que ontem se montou ou o aparato turístico de fachada.
É como eu, do tipo português, dos heterónimos, é rica por ser múltipla, é mais que qualquer cidade europeia.
Não, não será mais uma…

Personagens 1

Personagens em processo, diferentes almas avivam a tua empatia.

A gaivota

Esboço rápido = pormenor

Pele

Espera o toque que a vai fazer tiritar, arrepiar a pele.
Efémero sentimento de prazer que desejava eterno com ele.